Além
do ensino médio para moradores da aldeia, escola vai oferecer formação para
professores indígenas de todo o RS, cursos técnicos e EJA. Moradores comemoram
os investimentos do Governo do Estado e esperam com ansiedade pelo início das
atividades escolares, em janeiro do ano que vem
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Governo do Estado
transforma prédios abandonados em escola que levará mais ensino e aprendizado à
aldeia indígena da região Celeiro |
Localizada no município de São
Valério do Sul, a terra indígena do Inhacorá comemora os investimentos do
Governo do Estado na educação indígena. A comunidade, com perto de 1.300
moradores, ganhará uma escola de ensino médio e formação de professores no
idioma Kaingang.
O Instituto Estadual de Educação
Indígena Ângelo Manhká Miguel – nome dado à nova escola – se localiza na
própria reserva indígena e deve iniciar suas atividades em janeiro do ano que
vem, com formação de professores indígenas de todo o Rio Grande do Sul em
magistério bilíngue Kaingang, ensino médio e EJA (Educação de Jovens e Adultos)
para moradores da aldeia.
A diretora do colégio, Diana
Lambricht Weiler, projeta também a oferta de cursos técnicos. “A proposta é
oferecer ainda cursos técnicos em agropecuária e enfermagem, numa parceria com
universidades. Indígenas de todo o Estado vão poder fazer um curso técnico,
gratuitamente”, comenta.
Para
a diretora, a nova escola terá um papel fundamental na valorização do ensino
para os moradores da reserva. “É uma oportunidade que todos terão de continuar
os estudos, praticamente sem sair de casa. Se antes era preciso ir até a cidade
cursar o ensino médio, agora poderão permanecer aqui na comunidade mesmo para, por
exemplo, concluírem um curso técnico. Isso está alimentando esperanças e sonhos
em muitos jovens indígenas”.
A escola
é composta por três prédios, que até então estavam abandonados, em situação de deterioração,
e agora receberam investimentos do Governo do Estado para que o colégio passasse
a funcionar como acesso à educação para a comunidade indígena. Já foram investidos
mais
de R$ 260 mil em reformas. Os três prédios são compostos por salas de aula,
alojamento para professores e estudantes, e um auditório. Telhados, pinturas,
grades de segurança e instalações elétricas fazem parte da série de melhorias.
A área indígena também possui uma escola
estadual de ensino fundamental, que atende a 475 estudantes do local.
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Voluntários realizaram
mutirão de limpeza nos prédios |
Concluir o ensino fundamental e dar
sequência aos estudos na própria comunidade é motivo de alegria para os
moradores da área indígena do Inhacorá. Para o conselheiro da comunidade,
Carlos Camargo, de 43 anos, os investimentos do Governo do Estado com a nova
escola estão estimulando os moradores a sonhar com uma vida melhor. “Fizemos
uma reunião com os moradores da reserva para anunciar a criação da escola. Foi
unanimidade: todos receberam a notícia de uma forma muito positiva. O Governo
está trazendo a educação para mais perto da gente, isso é bom, é a realização
de um sonho da gente”, destaca ele. “Nasci nesta comunidade e ficava triste ao
ver que muitos estudantes largavam os estudos quando concluíam o ensino
fundamental e tinham que se deslocar para a cidade a fim de continuar. Agora
tudo vai mudar, com mais uma escola aqui na reserva já podemos sonhar até com
formatura em curso técnico”, comemora.
Desde quarta-feira da semana passada, dia
31, um mutirão de 22 voluntários foi criado para a limpeza e organização das dependências
da nova escola. Integrantes da 21ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) também
estiveram no local acompanhando os trabalhos. Nesta semana, a escola deve
receber o mobiliário.
“Estamos contando os
dias para chegar o ano que vem, esta escola é uma grande conquista, que muitas
lideranças já sonharam e lutaram para conseguir, hoje estamos felizes porque
nossos filhos terão mais acesso à educação”, conclui o morador Carlos Camargo.
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No auditório do colégio, o
morador Carlos Camargo relembra as lutas indígenas e relata a felicidade da
comunidade com a nova escola |