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MOMENTO DA ABERTURA |
O evento foi idealizado pelo grupo de professores numa
das reuniões semanais e o compromisso foi assumido por toda a escola. O I Fórum
Regional Interdisciplinar – 50 anos do Golpe Militar – Um tempo para lembrar,
um tempo para esquecer, teve como objetivo rediscutir os diversos aspectos que
fizeram da ditadura um tempo de império cujas perdas merecem ser lembradas para
que a importância da democracia nunca seja esquecida.
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RAUL CARRION |
A data escolhida para a realização do evento foi justamente
31 de março e 1º de abril, dias em que as forças armadas tomaram o governo em
1964. A complexidade do tema e as cicatrizes deixadas nas famílias e no país
instigaram a presença de um público que ficou entre 150 e 300 pessoas, conforme
o tema dos debates. O público era formado por professores, funcionários, alunos
do ensino médio e comunidade regional, além de autoridades políticas como prefeitos
e vereadores da região além do ex-secretário Ivar Pavan. O evento foi
amplamente divulgado e elogiado pela mídia local, que participou e se fez
presente em todos os momentos.
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DIRETORA DO ÁGUIA ENTREGA MIMO A JUREMIR MACHADO |
Para as palestras foram convidadas pessoas com vivências
e conhecimentos diversos sobre a época, como o Dep. Raul Carrion, vítima da
tortura. O Deputado discorreu sobre o golpe propriamente e sobre a organização
da resistência, além de contribuir com seu testemunho. Também foi convidado o
Sr. José Valdir Rodrigues da Silva, representante da SEDUC, que falou sobre a
luta popular, sobre a repressão e as limitações impostas à educação. Na noite
do primeiro dia, o jornalista Juremir Machado conversou com o público sobre
suas pesquisas a respeito do tema, sobre a pessoa e o governo de João Goulart,
sobre as esperanças da população nesse mandatário.
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LUIZ, VALDETAR, ROBERTO DE FORTINI, ALBERI MAFFI, RÚBIA, CLARICE, CÉSAR |
No dia 1º de abril, o Major João Spagnol, comandante do
Colégio Tiradentes de Ijuí, proferiu uma palestra pontuada nas intenções das
forças armadas, nos pontos positivos, no que representava essa tomada de poder
pelo exército. Foi uma palestra importante para possibilitar o contraponto, ver
as verdades em suas diferentes faces.
Uma das razões que motivou na escola a investir na
realização do fórum foi a importância dos fatos que ocorreram em Três Passos e
região, envolvendo lideranças e resultando também em prisões e torturas. Três
Passos era um lugar estratégico para fugas rápidas, tanto pela proximidade com
a Argentina quanto pela facilidade de acesso a estradas que levavam ao Uruguai
e ao Paraguai. Por esse motivo, foram
convidadas pessoas da região, que se envolveram aqui na luta pela democracia, com
o intuito de um debate com a platéia, para que esses “heróis locais” trouxessem
suas histórias, suas dores, suas convicções.
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COORDENADORA ADJUNTA 21ª CRE - MARLI FRANKE |
A mesa redonda contou com testemunho do Sr. Valdetar
Dornelles, ex-combatente do Grupo dos Onze, que atuou junto ao grupo de
resistência à ditadura na Região Celeiro, Sr. Alberi Maffi, ex-prefeito de
Braga e Sr. Roberto de Fortini, italiano radicado no Brasil que ofereceu a
logística necessária à organização, ambos eram membros da VPR – Vanguarda
Popular Revolucionária, mesmo grupo ao qual pertencia a Presidente Dilma. Também
foi convidada a compor a mesa e testemunhar o sofrimento de sua família, a
filha do ex-prefeito Reneu Geraldino Mertz, Clarissa Mertz. Na época em que o
pai foi preso e torturado pela equipe do Sr. Paulo Malhães, ele era vereador em
Três Passos e a família foi hostilizada pela comunidade.
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MAJOR JOÃO SPAGNOL E CÉZAR DOS SANTOS |
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JOSÉ VALDIR RODRIGUES DA SILVA (Seduc) |
Durante o fórum, também aconteceram mini palestras com os
professores Alcione Cézar dos Santos, Luis Gustavo Graffitti e Rubia Tessaro
Santos. As apresentações artísticas ficaram a cargo do Grupo de Teatro
ÁguiArte, coordenado pela Prof. Vilma Levy e pelos alunos do Programa Mais
Educação coordenados pela Prof. Iracema Hentges. “A realização do fórum teve um significado
ímpar para todos nós. Estabelecer esse diálogo com a comunidade foi
gratificante até mesmo pela resposta que recebemos. Entendemos que o fazer
educação nos impele para desafios novos sempre e que trazer os conhecimentos
dos livros para enriquecê-los com os saberes das vidas é o que dá sentido ao
processo de ensinar e aprender. Para nossa escola, foi um marco. Sabemos da
nossa capacidade, sabemos que nosso trabalho pode contribuir para o desenvolvimento
da comunidade em que atuamos e estamos sinceramente dispostos a isso” afirma a
Diretora da Escola Águia de Haia e uma das coordenadoras do evento que
complementa “isso tudo só foi possível porque o Águia é um só, porque temos uma
equipe que assume os desafios. As vices, as coordenadoras, os professores e
funcionários estiveram o tempo todo envolvidos e disponíveis para ajudar, por
isso o evento foi bem organizado e teve tanta repercussão.”
REDAÇÃO: EQUIPE DIRETIVA DA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO ÁGUIA DE HAIA
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