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sexta-feira, 4 de abril de 2014

ESCOLA ÁGUIA DE HAIA REALIZA I FÓRUM REGIONAL INTERDISCIPLINAR SOBRE OS 50 ANOS DO GOLPE MILITAR



MOMENTO DA ABERTURA
O evento foi idealizado pelo grupo de professores numa das reuniões semanais e o compromisso foi assumido por toda a escola. O I Fórum Regional Interdisciplinar – 50 anos do Golpe Militar – Um tempo para lembrar, um tempo para esquecer, teve como objetivo rediscutir os diversos aspectos que fizeram da ditadura um tempo de império cujas perdas merecem ser lembradas para que a importância da democracia nunca seja esquecida.

RAUL CARRION
A data escolhida para a realização do evento foi justamente 31 de março e 1º de abril, dias em que as forças armadas tomaram o governo em 1964. A complexidade do tema e as cicatrizes deixadas nas famílias e no país instigaram a presença de um público que ficou entre 150 e 300 pessoas, conforme o tema dos debates. O público era formado por professores, funcionários, alunos do ensino médio e comunidade regional, além de autoridades políticas como prefeitos e vereadores da região além do ex-secretário Ivar Pavan. O evento foi amplamente divulgado e elogiado pela mídia local, que participou e se fez presente em todos os momentos.
DIRETORA DO ÁGUIA ENTREGA MIMO A JUREMIR MACHADO

Para as palestras foram convidadas pessoas com vivências e conhecimentos diversos sobre a época, como o Dep. Raul Carrion, vítima da tortura. O Deputado discorreu sobre o golpe propriamente e sobre a organização da resistência, além de contribuir com seu testemunho. Também foi convidado o Sr. José Valdir Rodrigues da Silva, representante da SEDUC, que falou sobre a luta popular, sobre a repressão e as limitações impostas à educação. Na noite do primeiro dia, o jornalista Juremir Machado conversou com o público sobre suas pesquisas a respeito do tema, sobre a pessoa e o governo de João Goulart, sobre as esperanças da população nesse mandatário.
LUIZ, VALDETAR, ROBERTO DE FORTINI, ALBERI MAFFI, RÚBIA, CLARICE, CÉSAR

No dia 1º de abril, o Major João Spagnol, comandante do Colégio Tiradentes de Ijuí, proferiu uma palestra pontuada nas intenções das forças armadas, nos pontos positivos, no que representava essa tomada de poder pelo exército. Foi uma palestra importante para possibilitar o contraponto, ver as verdades em suas diferentes faces.

Uma das razões que motivou na escola a investir na realização do fórum foi a importância dos fatos que ocorreram em Três Passos e região, envolvendo lideranças e resultando também em prisões e torturas. Três Passos era um lugar estratégico para fugas rápidas, tanto pela proximidade com a Argentina quanto pela facilidade de acesso a estradas que levavam ao Uruguai e ao Paraguai.  Por esse motivo, foram convidadas pessoas da região, que se envolveram aqui na luta pela democracia, com o intuito de um debate com a platéia, para que esses “heróis locais” trouxessem suas histórias, suas dores, suas convicções.
COORDENADORA ADJUNTA 21ª CRE - MARLI FRANKE

A mesa redonda contou com testemunho do Sr. Valdetar Dornelles, ex-combatente do Grupo dos Onze, que atuou junto ao grupo de resistência à ditadura na Região Celeiro, Sr. Alberi Maffi, ex-prefeito de Braga e Sr. Roberto de Fortini, italiano radicado no Brasil que ofereceu a logística necessária à organização, ambos eram membros da VPR – Vanguarda Popular Revolucionária, mesmo grupo ao qual pertencia a Presidente Dilma. Também foi convidada a compor a mesa e testemunhar o sofrimento de sua família, a filha do ex-prefeito Reneu Geraldino Mertz, Clarissa Mertz. Na época em que o pai foi preso e torturado pela equipe do Sr. Paulo Malhães, ele era vereador em Três Passos e a família foi hostilizada pela comunidade.
MAJOR JOÃO SPAGNOL E CÉZAR DOS SANTOS
JOSÉ VALDIR RODRIGUES DA SILVA (Seduc)
Durante o fórum, também aconteceram mini palestras com os professores Alcione Cézar dos Santos, Luis Gustavo Graffitti e Rubia Tessaro Santos. As apresentações artísticas ficaram a cargo do Grupo de Teatro ÁguiArte, coordenado pela Prof. Vilma Levy e pelos alunos do Programa Mais Educação coordenados pela Prof. Iracema Hentges.  “A realização do fórum teve um significado ímpar para todos nós. Estabelecer esse diálogo com a comunidade foi gratificante até mesmo pela resposta que recebemos. Entendemos que o fazer educação nos impele para desafios novos sempre e que trazer os conhecimentos dos livros para enriquecê-los com os saberes das vidas é o que dá sentido ao processo de ensinar e aprender. Para nossa escola, foi um marco. Sabemos da nossa capacidade, sabemos que nosso trabalho pode contribuir para o desenvolvimento da comunidade em que atuamos e estamos sinceramente dispostos a isso” afirma a Diretora da Escola Águia de Haia e uma das coordenadoras do evento que complementa “isso tudo só foi possível porque o Águia é um só, porque temos uma equipe que assume os desafios. As vices, as coordenadoras, os professores e funcionários estiveram o tempo todo envolvidos e disponíveis para ajudar, por isso o evento foi bem organizado e teve tanta repercussão.”
REDAÇÃO: EQUIPE DIRETIVA DA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO ÁGUIA DE HAIA

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