Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini
Suspensas no Rio Grande do Sul desde 19 de março, as
aulas nas redes pública e privada voltarão, a partir de 1º de junho, em modelo
de ensino remoto. Consideradas prioridade do plano de retomada das atividades
escolares no Estado, as aulas remotas serão oferecidas na rede pública pela
plataforma Classroom, do Google for Education, e incluirão a criação de mais de
300 mil ambientes virtuais.
O Executivo garantirá o ensino remoto para todos os
níveis da rede pública na modalidade híbrida, com uso de tecnologia e a
disponibilização de materiais aos pais ou responsáveis com dificuldade de
acesso via internet. "Não deixaremos nenhum aluno para trás. Sabemos que
há desafios no ensino remoto quanto ao uso de tecnologias e, nas próximas duas
semanas, trabalharemos para alcançar todos os alunos e identificar todas as
dificuldades de acesso", detalhou o governador Eduardo Leite nesta
quarta-feira (27/5), em coletiva de imprensa transmitida pelas redes sociais.
Na rede estadual, a proposta inclui o espelhamento de
mais de 37 mil turmas, ou seja, criar no ambiente virtual espaços
correspondentes para todas as turmas. Além disso, serão criados mais de 300 mil
ambientes virtuais/componentes/disciplinas, ofertadas mais de mil turmas
preparatórias para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e organizados 2,5
mil pátios para recreio virtual (espaço de integração entre os alunos para que
possam conversar e trocar experiências). Também estão previstos criação de
salas de professores, serviços de orientação educacional e de coordenação
pedagógica virtual.
Para contornar as dificuldades de conexão, a Assembleia
Legislativa contribuirá com R$ 5,4 milhões, ao longo de 12 meses, para que a
Secretaria Estadual da Educação (Seduc) garanta a oferta de capacidade extra
para smartphones cadastrados de até 900 mil alunos e professores. Serão R$ 450
mil mensais para custear a parceria com operadoras de telefonia.
“O momento é de insegurança, especialmente para os pais.
Não teremos aulas presenciais em junho e chegaremos aos nossos alunos de forma
remota. Estamos correndo contra o tempo para garantir que os estudantes não
percam o contato com a escola”, explicou o secretário da Educação, Faisal
Karam.
A determinação do Estado é de que as aulas do ensino
privado também sejam realizadas de forma remota durante o mês de junho.
De 19 de março a 31 de abril, a Secretaria de Educação
promoveu, para manter o vínculo entre o aluno e as escolas, aulas programadas
na rede estadual de ensino. O planejamento dos conteúdos e a preparação das
dinâmicas pedagógicas foram realizados pelos educadores a partir das
possibilidades de cada comunidade escolar.
Segunda
etapa
A segunda etapa de retorno, agora presencial, tem
previsão de início em 15 de junho, com a volta de aulas do Ensino Superior, de
pós-graduações e do Ensino Técnico Subsequente. A retomada será restrita ao
estágio curricular obrigatório e às atividades práticas de ensino essenciais à
conclusão de cursos, de pesquisa e em laboratórios. A estimativa é de que 41
mil alunos retornem às aulas nesta etapa.
Além disso, cursos livres – profissionalizantes, de
idiomas, de artes, pré-vestibulares e similares – também poderão retomar as
aulas, com a obrigação de estarem adaptados às regras estabelecidas nos
protocolos do Estado. A previsão é de que esse tipo de atividade envolva o
retorno de 100 mil estudantes. No entanto, a secretária de Planejamento,
Orçamento e Gestão, Leany Lemos, lembra que a maioria dessas atividades não
envolve aulas diárias, e que esse retorno acabará sendo distribuído ao longo
dos dias da semana.
No próximo dia 15 de junho, o Executivo anunciará, de
acordo com a realidade verificada no Rio Grande do Sul no momento, quais
atividades poderão ser retomadas a partir de julho. “Trabalhamos, em um
primeiro momento, com a retomada inicial de alunos da Educação Infantil e do
Ensino Médio, embora ainda não haja definições. Há outros cenários possíveis também
e vamos definir a melhor estratégia de retorno sempre com a preocupação em
garantir a segurança de alunos, professores e funcionários”, reforçou Leite.
Educação
Infantil e Ensino Médio
O Executivo analisa os cenários de retorno para
identificar os grupos prioritários, de acordo com necessidades específicas.
Neste período inicial de avaliação, identificou que há motivos para que as
aulas da Educação Infantil e do Ensino Médio sejam as primeiras a serem
retomadas, de forma gradual, no momento em que se mostrar adequado.
“Crianças menores necessitam da garantia de aprendizagem
presencial, há necessidade de contato para que todo o potencial da criança seja
desenvolvido”, lembrou o governador Eduardo Leite. No entanto, é mais difícil
conscientizar crianças pequenas da importância do respeito às regras de higiene
e de restrição de contato.
De outro lado, os jovens e adolescentes, que conseguem
lidar melhor com aprendizagem à distância e ensino remoto, estão no último
período de ensino antes do ingresso nas universidades ou no mercado de
trabalho.
“A prioridade de retorno está nas duas extremidades, na
Educação Infantil e no Ensino Médio. Temos de dar os corretos estímulos na
base, para não perdermos a capacidade de aprendizagem das crianças, e também
devido ao estímulo econômico, para que os pais possam deixar as crianças em um
local seguro, com tranquilidade. Por outro lado, os estudantes do Ensino Médio
precisam estar bem preparados para ingressar nas universidades e no mercado de
trabalho”, ressaltou o governador.
Um eventual retorno da Educação Infantil e do Ensino
Médio em julho, possibilidade que ainda está em discussão, passará pelo
cumprimento de protocolos gerais e específicos de saúde, elaborados
conjuntamente pelas secretarias de Educação e da Saúde.
A portaria, que deve ser publicada em 29 de maio,
instituirá os Comitês Operacionais de Emergência em Saúde – COE Escola, que
terão competência para reunir informações, convocar esforços, analisar
situações e planejar e acompanhar ações. Também demandará a construção de um
Plano de Contingência para prevenção, monitoramento e controle da transmissão
da Covid-19 nas instituições com mais de cem pessoas, considerando alunos,
professores e funcionários.
O secretário Faisal Karam explicou que cada escola terá
autonomia para criar grupos de trabalho que ficarão responsáveis por fiscalizar
a condição de equipamentos de proteção individual (EPIs), a higienização das
escolas e a aferição da temperatura dos alunos. O governo do Estado ainda
disponibilizará um aplicativo no qual poderão ser inseridas informações em
tempo real a respeito de eventuais casos de alunos sintomáticos nas escolas.
PROTOCOLOS
PARA REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES
Ensino Superior, pós-graduações e Ensino Técnico
Bandeira
amarela e laranja
• Teto de operação: 50% do alunado (50/50 escala ou
revezamento), restrito a atividades práticas de ensino essenciais à conclusão
do curso, à pesquisa e a estágio curricular obrigatório. Atividades em
laboratórios e plantão individualizado sob agendamento.
• Modo de operação: presencial restrito/EAD (50/50)
Bandeira
vermelha e preta
• Teto de operação: 25% do alunado, restrito a atividades
de laboratório essenciais à manutenção de seres vivos, sob agendamento.
• Modo de operação: presencial restrito/EAD (50/50)
Cursos livres
Bandeira
amarela e laranja
• Teto de operação: 50% do alunado (50/50 escala ou
revezamento)
• Modo de operação: presencial restrito/EAD (50/50)
Bandeira
vermelha e preta
• Fechado
Seduc RS