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terça-feira, 19 de maio de 2020

Jergs completam 50 anos de competições e incentivo ao esporte


Foto: Seduc

Quando a atividade envolve esportes, não há dúvidas: vai fazer sucesso entre crianças e adolescentes. Os Jogos Escolares do Rio Grande do Sul (Jergs) são uma prova desta popularidade. Iniciado em 1970, o programa é o mais antigo ainda em atividade da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e, desde sua criação, não deixou de ocorrer em nenhum ano sequer.

Ao longo destes 50 anos, os Jergs já abrangeram milhões de alunos da rede pública. A média de participação em cada edição é de 140 mil estudantes das mais de 2,4 mil escolas estaduais. No ano passado, 467 dos 497 municípios gaúchos tiveram atividades da competição. Para este ano, devido à pandemia do novo coronavírus, a Seduc ainda estuda a realização dos jogos.

Para Danusa Zanella, que coordena a organização dos Jergs, a durabilidade do programa se deve ao poder do esporte de agregar e empolgar seus participantes. “No início do ano, sempre tem alguma criança que chega para o professor de Educação Física e a primeira coisa que pergunta é: ‘Vai ter Jergs neste ano?’ Não tenho dúvida de que é um dos projetos mais empolgantes para o estudante, tu vês o brilho no olho deles”, conta.

A assessora esportiva da Seduc recorda sua própria história de amor aos esportes, que começou nos Jergs e, depois, a levou a cursar Educação Física. “Ser convidada para fazer parte do time do colégio era o auge. Claro, tinha os campeonatos das cidades, mas o que queríamos jogar era contra outras escolas”, relata.

Desde sua criação, os Jergs crescem a cada ano, inclusive no número de modalidades oferecidas. Hoje, os jogos envolvem atletismo, basquetebol, bocha paralímpica, futsal, handebol, tênis de mesa, voleibol e xadrez. O campeonato é disputado em quatro etapas: por município, por Coordenadoria Regional de Educação (CRE), por região e a final, que abrange os melhores no Estado de cada região. Depois, também ocorre a etapa pré-seletiva, com os campeões dos Jergs daquele ano, para, então, ser realizada a Seletiva RS, que é o cruzamento das escolas públicas e das privadas, para os Jogos Escolares da Juventude (etapa nacional).

Além de ser bom para a saúde, o esporte promove a cidadania, segundo Danusa. “O aluno chega mais perto do professor, que lhe mostra a realidade do mundo lá fora, onde tu tens regras, respeito ao teu adversário, a ti mesmo e à hierarquia, como no esporte. A própria cidadania se constrói ali, o caráter, os valores”, observa. Este processo torna os Jergs um projeto “estritamente pedagógico”, na opinião da assessora esportiva.

Mas os Jergs não se tratam apenas de esportes: são também uma oportunidade para estudantes de todo o Rio Grande do Sul, mesmo das cidades mais isoladas, conhecerem pessoas novas e outras realidades, sejam elas de outras escolas ou outras cidades, ou mesmo Estados. “No ano passado, por exemplo, uma menina da cidade de Braga foi participar de uma competição em Carlos Barbosa. Veio a prefeita trazer a menina, uma estudante que nunca tinha saído de Braga. Imagina a experiência que ela teve e vai levar por toda a vida?”, comenta Danusa.

Ainda que valorize a educação tradicional, com quadro e caderno, a coordenadora dos Jergs considera o esporte como um complemento fundamental para a formação de um estudante. “É uma expansão do mundo deles. Não interessa se são melhores ou piores na quadra, são iguais nos seus objetivos, veem que tem mais gente ali como eles e, assim, abrem suas perspectivas”, pontua a assessora esportiva.

Atual secretário de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul, o bicampeão mundial de judô, João Derly, também participou dos Jergs, o que o levou a representar o Brasil no projeto piloto dos Jogos Mundiais da Juventude, em 1998. “Quero parabenizar a Seduc pelos 50 anos dos Jergs, essa importante competição a qual beneficia a muitas crianças do nosso Estado, que podem participar de uma competição que vai marcar a sua vida”, salienta. Para Derly, os jogos proporcionam o aprendizado do ganhar e do perder, “fundamentais na formação de cada um”.

Seduc RS

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