Foto: Seduc
Quando a atividade envolve esportes, não há dúvidas: vai
fazer sucesso entre crianças e adolescentes. Os Jogos Escolares do Rio Grande
do Sul (Jergs) são uma prova desta popularidade. Iniciado em 1970, o programa é
o mais antigo ainda em atividade da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e,
desde sua criação, não deixou de ocorrer em nenhum ano sequer.
Ao longo destes 50 anos, os Jergs já abrangeram milhões
de alunos da rede pública. A média de participação em cada edição é de 140 mil
estudantes das mais de 2,4 mil escolas estaduais. No ano passado, 467 dos 497
municípios gaúchos tiveram atividades da competição. Para este ano, devido à
pandemia do novo coronavírus, a Seduc ainda estuda a realização dos jogos.
Para Danusa Zanella, que coordena a organização dos
Jergs, a durabilidade do programa se deve ao poder do esporte de agregar e
empolgar seus participantes. “No início do ano, sempre tem alguma criança que
chega para o professor de Educação Física e a primeira coisa que pergunta é:
‘Vai ter Jergs neste ano?’ Não tenho dúvida de que é um dos projetos mais
empolgantes para o estudante, tu vês o brilho no olho deles”, conta.
A assessora esportiva da Seduc recorda sua própria
história de amor aos esportes, que começou nos Jergs e, depois, a levou a
cursar Educação Física. “Ser convidada para fazer parte do time do colégio era
o auge. Claro, tinha os campeonatos das cidades, mas o que queríamos jogar era
contra outras escolas”, relata.
Desde sua criação, os Jergs crescem a cada ano, inclusive
no número de modalidades oferecidas. Hoje, os jogos envolvem atletismo,
basquetebol, bocha paralímpica, futsal, handebol, tênis de mesa, voleibol e
xadrez. O campeonato é disputado em quatro etapas: por município, por
Coordenadoria Regional de Educação (CRE), por região e a final, que abrange os
melhores no Estado de cada região. Depois, também ocorre a etapa pré-seletiva,
com os campeões dos Jergs daquele ano, para, então, ser realizada a Seletiva RS,
que é o cruzamento das escolas públicas e das privadas, para os Jogos Escolares
da Juventude (etapa nacional).
Além de ser bom para a saúde, o esporte promove a
cidadania, segundo Danusa. “O aluno chega mais perto do professor, que lhe
mostra a realidade do mundo lá fora, onde tu tens regras, respeito ao teu
adversário, a ti mesmo e à hierarquia, como no esporte. A própria cidadania se
constrói ali, o caráter, os valores”, observa. Este processo torna os Jergs um
projeto “estritamente pedagógico”, na opinião da assessora esportiva.
Mas os Jergs não se tratam apenas de esportes: são também
uma oportunidade para estudantes de todo o Rio Grande do Sul, mesmo das cidades
mais isoladas, conhecerem pessoas novas e outras realidades, sejam elas de
outras escolas ou outras cidades, ou mesmo Estados. “No ano passado, por
exemplo, uma menina da cidade de Braga foi participar de uma competição em
Carlos Barbosa. Veio a prefeita trazer a menina, uma estudante que nunca tinha
saído de Braga. Imagina a experiência que ela teve e vai levar por toda a
vida?”, comenta Danusa.
Ainda que valorize a educação tradicional, com quadro e
caderno, a coordenadora dos Jergs considera o esporte como um complemento
fundamental para a formação de um estudante. “É uma expansão do mundo deles.
Não interessa se são melhores ou piores na quadra, são iguais nos seus
objetivos, veem que tem mais gente ali como eles e, assim, abrem suas
perspectivas”, pontua a assessora esportiva.
Atual secretário de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul,
o bicampeão mundial de judô, João Derly, também participou dos Jergs, o que o
levou a representar o Brasil no projeto piloto dos Jogos Mundiais da Juventude,
em 1998. “Quero parabenizar a Seduc pelos 50 anos dos Jergs, essa importante
competição a qual beneficia a muitas crianças do nosso Estado, que podem
participar de uma competição que vai marcar a sua vida”, salienta. Para Derly,
os jogos proporcionam o aprendizado do ganhar e do perder, “fundamentais na
formação de cada um”.
Seduc RS
Nenhum comentário:
Postar um comentário