1)
Quanto ao contexto dos dados do IDEB:
A Prova
Brasil/Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), cujos resultados estão
sendo divulgados, foi realizada em novembro de 2011, de forma censitária na 4ª
série/5º ano e na 8ª séries/9º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas
das redes municipais e estaduais, e por amostragem no Ensino Médio, neste caso
envolvendo apenas os alunos do 3º ano.
Os
resultados representam uma espécie de “fotografia” do momento, não revelando a
complexidade do processo de aprendizagem, em razão da qual, embora seja um
indicador importante, ele por si só não explica as reais condições de aquisição
do conhecimento.
É,
também, relevante ressaltar que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
é composto por duas variáveis: a taxa de aprovação e os resultados das provas
de Matemática e de Língua Portuguesa aplicadas nos anos impares.
2)
Quanto aos Resultados no Ensino Fundamental:
2.1 )
Resultados dos Anos Iniciais:
Na
análise da Rede Estadual destaca-se a melhoria no resultado dos anos iniciais,
como podemos observar pela tabela abaixo:
Anos
iniciais do Ensino Fundamental
2005 -
IDEB 4,2
2007 -
IDEB 4,5
2009 -
IDEB 4,8
2011 -
IDEB 5,1
Esse
resultado positivo, de IDEB 5,1, neste nível de ensino, superou a expectativa
projetada pelo INEP para 2011 que era o IDEB de 5,0, isso ocorre devido a
algumas ações e estratégias desenvolvidas desde 2011, pelo Governo Estadual,
dentre as quais destacamos:
a) A
Seduc assumiu por inteiro a responsabilidade da alfabetização e do letramento,
colocando o professor como protagonista do processo de aprendizagem;
b)
Implantou-se a Progressão Continuada para os três primeiros anos do Ensino
Fundamental, sendo opcional em 2011 para o 2ºano/1ª série e o 3º ano/2ª série,
conforme estabelecido por resolução do Conselho Nacional de Educação;
c)
Investiu-se na formação continuada, em serviço, dos
professores possibilitando a realização de cursos, seminários,
oficinas e acompanhamento da prática pedagógica na escola.
d)
Disponibilizou-se material didático para apoiar a prática do professor e a
vivencia pedagógica dos alunos;
e)
Introduziu-se o Plano didático pedagógico para acompanhamento de alunos que
apresentam dificuldade de aprendizagem;
f)
Disponibilizou-se, a cada 5 ou 6 turmas, um professor apoiador, que
juntamente com o professor da turma, faz o acompanhamento dos alunos, para a
consolidação da aprendizagem.
A
melhoria do índice nos anos iniciais é um indicativo de que as medidas tomadas
já refletem nos resultados obtidos pelo Estado. Na taxa de aprovação, por
exemplo, destacamos o 2º ano do Ensino Fundamental que em 2009 era de
81,3% passou em 2011 para 87,3%, melhor índice obtido desde 2005,
que era de 76,4%, considerando que a Progressão Continuada no 2º ano não foi
obrigatória em 2011.
2.2 )
Resultados dos Anos Finais:
Nos anos
finais o resultado ora divulgado mante-se o mesmo do obtido em 2009, conforme
tabela abaixo:
Anos
finais do Ensino Fundamental
2005 -
IDEB 3,5
2007 -
IDEB 3,7
2009 -
IDEB 3,8
2011 -
IDEB 3,8
Considerando,
ainda, a taxa de aprovação de 5ª à 8ª série/6º ao 9º ano observamos que também
houve a manutenção dos percentuais (74,0% em 2009 e 74,1% em 2011), embora os
resultados obtidos pelos alunos nas provas de Língua Portuguesa e de matemática
tenham tido uma oscilação mínima (Matemática 258,57 em 2009 e 258,40 em 2011,
e Português 250,99 em 2009 e 248,20 em 2011), o que no conjunto não
chegou a interferir na alteração final do índice do IDEB.
Em
relação aos anos Finais é importante destacar que apesar de ter havido um
intenso processo de formação continuada e de debate sobre a necessidade de
reestruturação curricular, a mesma ainda não ocorreu no período de 2011 a 2012,
mas está em fase de planejamento para implantação em 2013.
Contudo,
constata-se que as mudanças ocorridas nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e
no 1º ano do ensino Médio já repercutem também no trabalho
desenvolvido nos Anos Finais do Ensino Fundamental.
3) Quanto
aos Resultados do Ensino Médio:
No
Ensino Médio a realidade encontrada em 2011 foi muito grave: falta de
identidade e de significado para os estudantes, o que resultou em altos índices
de abandono e repetência, razões pelas quais houve a reestruturação curricular
do Ensino Médio em 2012, adequando o currículo as Diretrizes Curriculares
Nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação, de modo gradativo
até o ano de 2014.
Visualizando
os resultados dos últimos quatro IDEBs, temos:
Ensino
Médio
2005 -
IDEB 3,4
2007 -
IDEB 3,4
2009 -
IDEB 3,6
2011 -
IDEB 3,4
A
informação acima mostra que não houve uma mudança relevante no cerne da escola,
posto que no conjunto dos quatro resultados houve o predomínio de 3,4% e não
uma progressão gradual e crescente. Assim, a queda do índice do IDEB do Ensino
Médio, no ano de 2011, em relação a 2009, mostra a correção da iniciativa de
intervir na estrutura curricular da escola.
Os dados
mostram que o resultado de 3,4 no IDEB de 2011 foi decorrência da diminuição
dos resultados das Provas de Matemática (299,34 em 2009 e 286,42 em 2011) e de
língua Portuguesa (284,71 em 2009 e 273,10 em 2011), já que o resultado da Taxa
de Aprovação em todas as séries do Ensino Médio demonstrou pequena melhoria
(65,3% em 2009 para 66,3% em 2011).
Os
alunos que realizaram as provas em 2011 foram os da 3ª série sobre os quais a
restruturação curricular, discutida em 2011 com participação da comunidade
escolar, alunos, professores, funcionários e pais, e implantada em 2012, não
repercutiu em seu processo de aprendizagem. Acreditamos que o próximo IDEB
certamente refletirá os resultados da mudança, como já acontece de modo mais
impactante nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Fonte:
Seduc
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