O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)
divulgou neste mês os resultados finais do Censo Escolar da Educação Básica
2011. No Rio Grande do Sul a reprovação do Ensino Médio chega a 20,7%, o índice
mais alto do país, envolvendo todas as redes de ensino. Para o secretário de
Estado da Educação, Prof. Dr. Jose Clovis de Azevedo, o resultado não foi uma
surpresa. Ao assumir a Pasta da Educação
em janeiro de 2011 analisou a série histórica das taxas de rendimento (aprovação,
reprovação e abandono) do Estado e percebeu que os percentuais são semelhantes
desde 1975. Nesse período todo, o índice oscilou entre 15,33% e 32,98%.
Neste
contexto, o secretário iniciou um movimento “a favor da aprendizagem e contra a
reprovação”, como ele próprio denominou. Em reunião com os gestores das 30
Coordenadorias Regionais de Educação (CRE’s) informou que a reversão destes
índices é o quarto eixo de gestão da Pasta. Os demais são: formação permanente
dos professores, recuperação física das escolas, incluindo a modernização
tecnológica e a valorização e o diálogo permanente com os educadores. A
orientação para as CRE’s é que o debate seja realizado nas escolas em parceria
com as universidades.
Segundo
Azevedo, foi a partir da leitura destes dados que a Secretaria de Educação
(Seduc) desencadeou o programa de reestruturação curricular do Ensino Médio,
culminado com a implantação do Ensino Médio Politécnico na Rede Pública
Estadual já em andamento neste ano. “Os índices são semelhantes em todo país. É
só no Brasil e no Rio Grande do Sul que se aceita uma coisa dessas como
natural. Em nenhum outro país isso é encarrado como se fosse uma coisa normal.
Precisamos construir um novo senso comum na Educação”, salienta o secretário.
Além disso, destaca que a responsabilidade é de todos os agentes educacionais,
desde os gestores como secretários de Estados, diretores, professores, a
família e o próprio aluno. “A responsabilidade é de todos. Mas nós que somos os
educadores, que detemos os conhecimentos técnicos não podemos aceitar isso. O
objeto do nosso trabalho é a aprendizagem. Se o aluno não aprende, fracassamos
todos”, disse.
De
acordo com o chefe da Pasta, o ponto de partida para a mudança dos índices
passa pela discussão dos conceitos de conhecimento e avaliação. “As pessoas
confundem dados, informação e conhecimento. E são três conceitos diferentes. A
avaliação é um processo intrínseco ao trabalho. É observar, acompanhar, é a
síntese dos processos de aprendizagem”, sustenta Azevedo.
Fonte: Seduc
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